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quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Trem das onze





De verdade eu não queria estar aqui hoje, convencido por algumas pessoas, que outros chamariam de amigos, mas que eu chamo apenas de pessoas fui arrastado até esse lugar, essa garota que está me beijando agora, não a conheço, nem sei por que estou deixando ela me beijar, já que não estou sentindo tanta atração assim por ela, ela não parece ter nada de muito interessante, é uma garota que as pessoas chamariam de feia, e pra ser bem realista o adjetivo é merecido.
            Hoje é domingo, não, não é o domingo do pé de cachimbo, e ele nem sequer é de ouro, é apenas um dia chato, como já disse antes fui trazido até esse lugar pra o que eles, as pessoas, chamam de festa, e eu chamo apenas de “coisa”, no começo eu parecia estar me divertindo, mas agora muita coisa deixa de fazer sentido, ao olhar pro relógio acabo por perceber que já são 10h45min dá noite, tenho que me despedir dessa garota feia, tenho que voltar pra casa:
            -Menina; não sei o seu nome, estou mesmo adorando ficar aqui com você nessa “coisa”... Festa, mas eu realmente tenho que ir! A garota então responde:
            -Nossa, mas tão cedo, bebe só, mas um pouquinho tenho certeza que você pode se divertir mais, tenho uma surpresa pra você.·.
            -É pode até ser que eu goste dessa surpresa, mas tenho que ir embora agora, minha mãe não dorme enquanto eu não chegar, e meu trem sai agora, as onze, e se eu perder esse trem... Você já deve saber o resto.
            -Tá bom então pode ir amanhã você me liga, me dá só mais um beijo.
            A garota feia me beijou de novo, mas esse seria o último beijo que ela me deu, ela não voltaria a me beijar, e eu com certeza não iria ligar, pois não peguei o telefone. Agora já estou na estação, e pontual como sempre meu trem das onze está chegando.

*Postado por Duan Lêdson, Criado por Rafael Kenedy*

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